sábado, 24 de outubro de 2009

Saudade

É difícil resistir a esse olhar...chegar perto demais pode ser até perigoso. E esse sorriso? Hipnotiza, carrega, eletriza. Ah, que saudade...da força desse abraço, do cheiro do pescoço, da delicadeza do beijo. Meu cabelo entre seus dedos, minha cintura entre seus braços. Eu sentia seu coração, e você falava que era meu. Dançávamos num ritmo diferente, a gente criou nossa música...sem letra, só a melodia. Se outros pudessem ouvir entenderiam, é uma canção de amor. Gostaria de saber quem inventou a saudade...com certeza foi alguém que nunca ganhou um abraço como o seu. Queria de ter o poder, de dar letra à melodia, para escrever a nossa história, pra escrever uma história como ninguém jamais escreveu.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Oh!, God

Hoje tive o desprazer de presenciar a mais célebre capacidade humana. Daí veio a minha descrença na humanidade. Fiquei mesmo impressionada com a cara de pau e vulgaridade que o sexo frágil tem. Estou me incluindo, mas não é do meu feitio a dissimulação. Parei um bom tempo pra refletir sobre o que uma mulher é capaz de fazer e faz. Com o maior descaramento inimaginável. Mesmo se predispondo ao ridículo. Que seja, o ridículo acaba virando história. Eu cheguei a conclusão de que eu devo ter um biotipo feminino diferente, devo ser uma espécie de imutação genética. Porque, sério, eu não pertenço a essa sociedade. Alguém me explique qual é o objetivo ou vantagem de uma pessoa se jogar em cima da outra? Minto, eu entendo: status, história, destaque, enfim. Não vou me prolongar muito, não. Vim dizer que eu devo ser de Marte, e que eu gostaria muito de não me preocupar com a Terra.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Tragédia

Rum!
Que absurdo
Que surdo
Que urro
Que burro
Coitado.

sábado, 17 de outubro de 2009

Desejo comum

Quisera eu ir embora pra Pasárgada
Passar lá só de passagem
Pensando na vida que eu passo
E na oportunidade que passou.

Quisera eu passar lá de bobeirinha
Fazer uma viagem simplesinha
E resolver ficar lá o quanto eu quisesse.

Quisera eu eu ser toda amiga da rainha,
Colher a flor mais daninha,
Ouvir as histórias que houvesse.

Quisera eu ir só de ida,
Sem hora nem despedida,
Pra poupar o trabalho da tristeza,
Que nunca foi da minha natureza,
E agora é companhia.

Quisera eu montar no burro brabo,
E partir pra outra vida inconseqüente,
Onde não houvesse gente
Que julgasse friamente o que acha errado.

Quisera eu ir pra Pasárgada.

E se Pasárgada existisse?
Ela seria o caos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Carta às mulheres

Desculpe-me os erros . Mesmo sei que são imperdoáveis. Arrependo-me de ter te envolvido. Não posso mais fingir que não me importo com você. Meus erros imperdoáveis me fizeram te ver melhor.

Você está muito mais bonita agora. Quantas saudades eu sinto da sua insegurança. Que falta eu sinto de te ouvir chorar, de te sentir tomando conta de mim, ter seu gosto no meu pensamento. Que canalha que sou! Onde estava com a cabeça quando permiti que eu fizesse isso comigo mesmo? Onde eu estava quando te perdi?

Você me pediu para te esquecer, que não lembrasse do seu rosto, mas olho todas as suas fotos. Aquelas que foram rasgadas na minha frente, colei todas. Me perdoe por ser o que sou. Tive o melhor da vida em minhas mãos e simplesmente deixei-o. Era você.

Lembro-me perfeitamente da vez que te olhei. O vestido preto decotado nas costas. Justo pra nossa idade. Não olhava ninguém e atraia todas as atenções.

Eu te roubei pra mim. Está aprisionada aqui dentro. Quanto eu lutei pra me livrar de você e não consegui. Quantas coisas você consquistou. Quantas coisas você deixou por mim e eu... simplesmente achei que te teria de volta. Quão rude eu sou! Em que inferno eu vivo! Seu olhar me assusta instante após instante!

Não sou mais um terço do que poderia ser com você. Nem sem você. Eu fui esquecido no tempo que vivo. Sou sozinho no meio de uma grande sinfonia expressionista. Angustiante o que sinto.

A sua felicidade me incomoda, é verdade. Não sou eu quando você me provoca, agora que já não sou mais ninguém. Você faz questão de mostrar que eu não faço a menor diferença. Sou muito inferior a você, eu admito.

Seu sorriso me entorpece como nunca pensei que poderia. A simetria do seu corpo enlouquece... Ah! Ele fora meu! Suas manias... Em cada canto dos meus gestos existe você. E joguei tudo ao vento.

Eu sempre fui um menino perto de uma grande mulher.

Me perdoe.