domingo, 20 de setembro de 2009

‘Naquela noite, eles decidiram se separar. Ele saiu pela porta dizendo que não voltaria mais, mas seu coração pedia para ficar. Antes de ir deixou as alianças, símbolo daquilo que acreditavam ser para sempre. Quando fechou a porta, murmurou um último ‘Eu te amo’, mesmo sabendo que ela não o ouviria. Ela ficou do outro lado da porta, imóvel, sentindo que o amava tanto, que a dor de vê-lo partir transbordou em seus olhos. Eles se amavam e sabiam disso, mas ao mesmo tempo em que queriam ficar juntos, precisavam se separar. Precisavam se separar para entender o quanto um importava para o outro. E eles se buscavam em pensamento, lembrando de tudo que passaram e como nada daquilo poderia ser apagado. Foi aí que os dois corações entenderam, bastava aquele amor que sentiam um pelo outro para serem felizes, e não podiam mais perder tempo.
Eles sabiam onde se encontrar, a mesma praia que os dois adoravam ir pra pensar e fugir do mundo. Ele sabia que ela estaria esperando, ela sabia que ele sabia disso. Os dois entendiam que, se estavam ali, não precisavam explicar nada um pro outro. Só precisavam daquele abraço, e se abraçaram de um jeito que não dava vontade de soltar. Eles se bastavam, eles se completavam. Ela com suas manias, ele com seu jeito. Começou uma chuva fina, e a brisa ficou mais forte. Parecia que o céu dava um aviso pros dois. O céu dizia que não existia um sem o outro, que eles eram um. E eles deram o melhor beijo de suas vidas, atendendo aos pedidos do céu. Então, a chuva apertou, foi nessa hora que o céu quis avisá-los que, quando um amor como o deles é abençoado pela chuva, ele dura para sempre.’

Nenhum comentário:

Postar um comentário