segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Colecionador de lágrimas

eu contei infinitas lágrimas jogadas fora. algumas ao vento, outras no banho, outras no tempo. infinitas outras, talvez a maioria, guardadas no travesseiro. não que eu tivesse a real intensão de guardá-las, mas elas foram espontâneas de um sentimento inesperado. talvez sentido, porém inesperado. eu resumo em infinitas porque não sei ao certo quantas foram. terminava a conta num dia e no outro ainda tinha mais uma infinidade pra eu contar. isso no travesseiro, ao vento só tempo pode me dizer. Perder a conta nesse tipo de tarefa era fácil. era muito simples contar uma e derramar duas. Então mudei a tarefa. me indiquei um trabalho de lembrar o motivo de todas as minhas lágrimas. Contei tantos motivos, uma infinidade de motivos, muitos motivos e quanto mais eu lembrava, mais eu chorava. por muito tempo contei lágrimas e lembrei motivos, muitas vezes dei motivos e derramei lágrimas, e não contei um só momento que me pudesse fazer sorrir. então me dei outra tarefa. contei um motivo. não conseguia achar outro. então vasculhei, vasculhei a mente, perguntei ao tempo, ao vento, ao travesseiro e todos eles assim me responderam, tão facilmente quanto perder a conta em lágrimas: eu tinha infinitos motivos pra chorar e só você pra sorrir.

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